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A Face Oculta da Mentira

Hoje vamos refletir um pouco sobre um assunto recorrente, mas que é de suma importância no nosso dia a dia, o ato de mentir. Todos nós cometemos este erro, muitas vezes até involuntariamente. O que precisamos entender é o que leva uma criança, um adolescente ou um adulto simplesmente mentir.



No século IV, o teólogo Santo Agostinho (354 a 430 a.C), descreveu o ato de mentir em 6 diferentes tipos:

  • Aquele que prejudica alguém, mas é útil a outro ou a si mesmo;

  • Que prejudica sem beneficiar ninguém;

  • Ato que se comete pelo prazer de mentir;

  • Algo que se conta para divertir alguém;

  • Ato que leva ao erro religioso (época da inquisição); e

  • Ato que salva a vida de uma pessoa.



Os modernos estudos da ciência do comportamento, a psicologia, diz que qual seja o motivo da mentira, a pessoa que comete este erro possui uma certa dificuldade em lidar com a realidade e muitas vezes com as suas frustrações e usa a mentira como um fator relevante, chegando até a acreditar que a mentira contada é a real situação, ou seja, ela acredita na sua própria versão inventada.



O ato de mentir está presente, com maior frequência, no período da infância. É uma maneira que a criança usa para satisfazer, a si mesma ou perante os outro, sua necessidade de alcançar o que deseja. Muitas vezes, usa a mentira para colocar para fora sua agressividade ou vingança, como por exemplo, contra o irmão para deixá-lo de castigo. Conforme a criança vai crescendo podemos perceber seu amadurecimento, pois ela abandona esse comportamento e deixa de mentir.


Apesar da expectativa e exigência dos pais em fazerem a criança abandonar esse ato de mentir, é nítido observar que ainda há muitos adultos que infelizmente não o abandonaram. O adulto que ainda apresenta este comportamento só cresceu externamente, pois internamente ainda é uma criança. Constata somente que algo não vai bem com ele e que precisa ser tratado.


A mentira é objeto de estudo há muitos anos, mas ela gera consequências ruins na vida do indivíduo se ela for descoberta. Se ele mantem suas mentiras em segredo, é provável que não seja punido, mesmo sabendo que não é correto fazer.


Precisamos ficar atentos para este comportamento não virar um hábito, virar a sua vida! Quando solidificado, torna-se compulsivo e muito mais difícil de ser tratado.


Usar a mentira para obter vantagens próprias, passando por cima das pessoas, sem nenhum escrúpulo, não é de fato uma atitude altruísta e empática.


As pesquisas direcionadas às mentiras informam que o cérebro precisa esforçar-se muito mais para mentir, do que para falar a verdade. Para mentir o cérebro necessita suprimir a verdade, além de construir a falsa versão, então se isto acontece, porque não ajudamos nossas crianças e adolescentes a lidar, de fato, com a realidade e não uma criação dela?


Algumas estratégias podem ajudá-las, como por exemplo, não rotular a criança de mentirosa, quando se diz uma mentira, não significa que ela é mentirosa. Aborde o assunto com cautela e tranquilidade, sem castigos ou punições, entender de fato o que a levou ao ato de mentir. Reforce sempre o comportamento positivo dela, promova a reparação deste dano.


Devemos entender por que a criança ou adolescente desencadeou este comportamento, por que está mentindo? E, orientá-los sobre seus atos e quais as consequências deles talvez já seja uma grande ajuda.



Mostre o quanto não vale a pena manter esta atitude, o quanto é nocivo a ela mesma e aos outros, o quanto ela quer enganar a si própria, afinal, nossos espelhos não mentem!!!

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